segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

De navegador a clone do Digg: a curta e triste vida da Netscape

(From Browser To Digg Clone: The Short, Unhappy Life Of Netscape
- versão brasileira por Alexis Kauffmann)


A Netscape foi reinventada várias vezes desde sua aquisição pela AOL em novembro de 1998 e todos esses esforços foram essencialmente fracassados. Além de um navegador, a marca Netscape esteve associada com um portal and provedor de serviços internet dial-up de baixo custo (o que ainda é) antes que Jason Calacanis transformasse o site em um clone do Digg no final de 2006. Em retrospecto, diz a TechCrunch, os esforços de Calacanis fracassaram. (Calacanis deixou a AOL em novembro de 2006 para lançar Mahalo em maio de 2007).

A TechCrunch relata números da comScore contam a história de 2007 como um ano de audiência declinante para a Netscape como site de "voto social".

Como a maioria das pessoas vai se lembrar, a Netscape criou o primeiro navegador web comercialmente disponível em 1994, cobrando preços que variavam de US$49.95 até US$89.95 pela bandeira do produto Navigator e uma suite de outros softwares. Em 1995, a empresa abriu seu capital em um dos primeiros grandes IPO's da história. Sentindo-se ameaçada, a Microsoft desenvolveu o Internet Explorer (IE) e começou a distribuí-lo gratuitamente com o Windows 95, minando o modelo de negócios principal da Netscape.

Como o apelo da gratuidade e da integração ao sistema operacional provou ser uma tentação muito grande para a maioria das pessoas, a Netscape tomou a decisão de oferecer gratuitamente o Navigator no início de 1998. (Naquela época, a empresa deu início ao Projeto Mozilla). Mas, no momento mesmo em que o Navigator foi forçado à distribuição gratuita, o IE já havia alcançado e começava a superar a participação de mercado da Netscape. No final daquele ano, a Netscape foi adquirida pela AOL, até então uma parceira, em uma transação de ações estimada em US$4.2 bilhões.

O que aconteceu em seguida foi notável. A Netscape ainda era uma das marcas mais poderosas da internet na época da aquisição. A AOL, também uma jogadora dominante, usava o IE no coração de seu navegador AOL. A AOL continuou a basear-se no IE em vez de mudar para o navegador Netscape. Mas há também uma complicada contenda judicial envolvida, que obscurece a história (que envolve uma ação judicial entre a AOL e a Microsoft que garantiu à primiera acesso livre de royalties ao IE, bem como um acordo extra-judicial em dinheiro devido a alegados abusos por práticas anti-truste). De todo modo, a AOL essencialmente negligenciou a marca Netscape e falhou em promovê-la junto aos consumidores em um momento crítico. Em última análise, transformou-o em um ativo desperdiçado.

Logicamente, o considerável patrimônio de marca representado pela Netscape começou a se diluir e, na época em que Calacanis assumiu o comando em 2006, não restava mais nada. Alguém pode dizer que o seu esforço para reinventar a marca valeu a pena, mesmo que tenha faltado inspiração ao conceito de clone do DIGG. O artigo Propeller.com: Novo lar para o site de notícias sociais da Netscape(em inglês) explica como o clone foi removido da marca Netscape em septembro último.

O navegador Firefox, baseado no código Mozilla/Netscape, ganhou participação de mercado lentamente sobre o IE desde seu lançamento em novembro de 2004. A estimativas variam, mas diz-se que o Firefox tem perto de 30% de participação de mercado na Europa e alguma coisa em torno de 9 a 14% nos Estados Unidos.

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